26 novembro 2010

Convite para jantar (Parte II)

Estou pronta a receber a coleira” – disse-me ela.
Estou orgulhoso de ti mas receberás a coleira no momento adequado” – respondi-lhe eu.


O jantar decorreu animado mas sem sobressaltos. Preparei tudo com tempo e ao pormenor: a sala semi-obscura, a lareira acesa, os castiçais de prata na mesa e a música ambiente relaxante.
Tinha-lhe pedido para vir com meias de ligas e sem cuecas e percebi pelos olhares cúmplices trocados que a sua amiga já estava a par do nosso segredo.
Combináramos ir tomar café, após o jantar, a um bar romântico aberto recentemente nas margens do rio. Mas, no fim da refeição, arremessámo-nos os três para o sofá. Não me pareceu que elas quisessem abandonar aquele ambiente quente e acolhedor para ir tomar café.
Virei-me para a minha amiga e disse-lhe: «Acho que este era o momento adequado. Mas, devido à circunstância de não estares sozinha, o ritual da tua iniciação terá de esperar por melhor oportunidade». Olhos arregalados, vi ar de assombro estampado no rosto da outra. De imediato, levantaram-se e foram bisbilhotar para a cozinha. Regressaram, pouco depois, sorridentes e eufóricas. O ritual da iniciação não podia esperar, falaram as duas em uníssono.
Fui ao quarto buscar uma caixa de madeira, religiosamente guardada, e mal regressei ela ajoelhou-se na minha frente para receber a coleira. Já lhe explicara antes que o ritual da iniciação estava subordinado a gestos carregados de simbolismo. Por exemplo, em sinal de respeito e de total disponibilidade para ser usada, deveria receber a coleira sem cuecas e com os seios a descoberto. Explicou-me que estava já sem cuecas, fazendo questão de o mostrar, e desapertou o sutiã exibindo os seios nus. Aproximou-se de mim e inclinou a cabeça para receber a coleira.
A amiga assistia, ao lado, atónita e algo perturbada. Pedi-lhe para a levar para o quarto, pela trela, e prende-la aos pés da cama. Pouco tempo depois regressa, sozinha. Prostra-se aos meus joelhos, dizendo que também ela quer receber uma coleira.

2 comentários:

Anónimo disse...

Credo! só tu homem!
Beijo x

Trolha disse...

Querida anónima,
Se bem observares no texto não é proferida uma única palavra ou expressão obscena. Mas, sim, a descrição da sua iniciação como submissa está, toda ela, carregada de um intenso erotismo .
Muitos homens e mulheres fantasiam com isto. Acredita.
Mas, como vês, apenas eu fui capaz de o transcrever em palavras. Porque em palavras ditas tb outros o conseguem fazer.
Mas não é nada que mereça o teu espanto. A revista Happy Woman traz referências recorrentes a esta fantasia. Com fotos a acompanhar. E a revista é uma revista vendida ao público, livremente.