10 novembro 2006

BLIND DATE


Era noite de lua cheia.

Esperava-te sentado na minha cama.

Olhei em volta para assegurar-me que tudo estaria perfeito. A minha ansiedade crescia à medida que o ponteiro dos segundos do despertador fazia tic, tac, tic, tac…

Tinha deixado a porta entreaberta e tu sabias o que fazer, mas era-me difícil resistir à tentação de ir à janela ver-te chegar. Era suposto não o fazer.

Queria sentir a emoção e a adrenalina de ouvir o ranger da porta à tua entrada e queria que tu sentisses também a emoção de entrares no desconhecido. Os minutos passavam e não, tu não estavas atrasada, eu é que estava adiantado. Adiantado na emoção, na vontade, na antecipação do momento.

Ouvi, por fim, a porta ranger, o som de saltos altos a tocarem no mosaico do chão da entrada e o som da porta a fechar-se atrás de ti. Os teus passos tinham substituído o barulho do ponteiro dos segundos e a minha excitação crescia tremendamente.Dirigiste-te no sentido que te tinha indicado e surgiste na soleira da porta do quarto… e o teu sorriso e o “Olá” que me disseste provocaram-me um arrepio na espinha. “Entra” – disse-te – e logo fizeste o que te pedi.

Sem mais dirigiste-te a mim e ainda antes de teres chegado à minha beira, pude sentir o teu doce e inebriante perfume. Sentaste-te a meu lado fazendo a tua perna tocar na minha.

Queria devorar-te logo ali tal era a fome que tinha pelo teu corpo, pelo teu cheiro, pelo teu suor.Queria, desde logo, ouvir súplicas de paixão violenta e o êxtase do prazer. Mas queria também conter-me, provar-te primeiro, conhecer-te com calma, cheirar-te com delícia e saborear-te todinha. Foi com dificuldade que não te arranquei a roupa do corpo como a vontade me determinava, mas o teu olhar doce, ainda que atrevido, também me ajudou.

Beijei-te no pescoço e vi-te arrepiar …. adorei esse arrepio e prolonguei os beijos. Com a minha língua percorri todo o teu pescoço enquanto sofregamente inspirava o cheiro da tua pele. Quis morder-te e mordi, primeiro muito ao de leve, depois um pouco mais forte no ombro que tinhas acabado de descobrir para mim.

Adoro ombros e adorei os teus ombros. Reparei que um pouco mais abaixo, por debaixo dessa blusa de algodão que trazias, dois pontos pareciam querer perfura-la… quis tocar-lhes, eram meus, eram só para mim.Toquei-lhes ao de leve e reponderam-me com atrevimento.

Retirei-te a blusa e o soutien e tirei a minha camisa, quis sentir o teu peito contra o meu e apertei-te contra mim num beijo profundo e demorado no qual as nossas línguas se entrelaçaram numa dança sensual. A respiração tornou-se pesada e ofegante e ouvi-la, assim, aumentou a vontade. A minha pele clamava pela tua.

Afastaste-me um pouco e disseste-me que precisavas de ir à casa de banho. Mostrei-te onde ficava e voltei para o quarto tentando recompor as ideias… nunca tinha experimentado nada tão intenso, tão sensual, tão imediato.

Aproveitei para pôr a tocar uma música… algo de sensual, de latino, ritmado, quente e picante… sabia que gostavas e só não o tinha feito antes porque tudo aconteceu muito rápido desde a tua chegada.

Regressaste e logo me empurraste para trás, obrigando-me a deitar em cima da cama. Sentaste-te em cima de mim e levantaste a tua saia para que melhor pudesses abrir as pernas. Inclinaste-te e beijaste-me na boca, primeiro, depois no pescoço e por fim no peito.

Enquanto o fazias dançavas em cima de mim ao ritmo da música que tocava.

Toquei-te nas mamas e agarrei-as de seguida usando os polegares para brincar com os teus mamilos. Tinha-o rijo e guloso, cheio de vontade de ti e sentia-te, através das cuecas, completamente molhada. As minhas mãos brincavam e faziam agora do teu baixo-ventre um parque de diversões.

Sentia-te cada vez mais quente.Levantei o tronco e agarrei-te pelos cabelos puxando a tua cabeça para trás. Beijei-te e lambi-te o pescoço. Mordi-te mais um pouco, também no pescoço e, num passo de mágica, pus-te por debaixo de mim.

Tirei as minhas calças, boxers e meias e arranquei-te a saia e as cuecas… estavas à minha mercê e sem que esperasses penetrei-te o mais fundo que consegui. Gemeste de surpresa e de prazer e sorriste, como só sorri uma mulher que está feliz, e aí tiveste o teu primeiro orgasmo.

Ao princípio os nossos movimentos eram lentos, ritmados, como se dançássemos ao som da música que tocava. Beijávamo-nos suavemente mas de uma forma tremendamente erótica, saboreando os lábios e a língua um do outro. Tínhamos as mãos dadas e os dedos entrelaçados e o movimento ondulante dos nossos corpos e o prazer que eles nos estavam a dar fez-nos sorrir um para o outro, em cumplicidade.

Percorri todo o teu corpo com o meu nariz, cheirando-te, e com a minha língua, provando-te. Usei-a para brincar com os teus mamilos e desci até ao teu umbigo onde me retive algum tempo. Desci mais um pouco e provei as tuas gulosas delícias húmidas, ou melhor, encharcadas da tua tesão, do teu prazer.

Aí fiquei, deliciado, procurando o teu clítoris com a minha língua e dando-lhe toda a minha atenção. Meti-te os dedos e usei-os para te tocar por dentro em ternas e doces carícias que te faziam tremer. Agarraste-me pelos cabelos e puxaste-me para cima, entre beijos disseste-me:”Fode-me…fode-me já!!!” Ficámos loucos.

Comemo-nos como se a fome fosse insaciável. Rodámos, roçámos, as minhas mãos não pareciam nunca estar satisfeitas e percorriam todo o teu corpo, moldavam-no, sentiam-no, espalhavam o teu suor que se misturava com o meu.

O cheiro a sexo que aumentava e se tornava fragrância inspirava-nos ainda mais e num último suspiro disseste-me: “vou-me vir… quero que te venhas comigo”. Se quente estava, essas tuas palavras mais me aqueceram e ao sentir-te retesar, ao ouvir-te a tua respiração pesada e intensa, a tua voz solta num gemido gritado, vim-me contigo de uma forma avassaladora.

Caímos exaustos, mas satisfeitos…apesar da demora, nada tinha falhado em relação às nossas expectativas.

Depois de te levantares, ires de novo à casa de banho e acabares de te vestir, perguntei-te se alguma vez iríamos repetir o que tínhamos vivido. Vestida beijaste-me a nuca e segredaste-me: "o futuro a Deus pertence!"


Autor desconhecido

8 comentários:

sinuosa disse...

Um dia hei-de ter pachorra para ler isto...

Anónimo disse...

De boas intenções está o Inferno...

Anónimo disse...

Deixa Trolha... elas tb gostaram do que leram, só que... convem-lhes demonstrar algum desinteresse, ou... algum interesse suspenso, assim ao jeito daqueles meninos que estão desejosos de ir jogar á bola com os outros, mas, de mãos atrás das costas, bamboleando-se de um lado para o outro, finjem que não lhes apetece. Só até alguem do grupo lhes perguntar... queres vir jogar?!

Trolha disse...

Ehehehehehehhehehe!!!!

É isso mesmo, Bartolomeu.

Eu já me habituei a essa cena. Na volta, essas pitinhas vêm comer o milho na mão.

Anónimo disse...

Não sei se a finalidade é comerem o milho à mão...
Parece-me bem mais pretinente, entenderem elas e nós, que sempre que se diz "quero comer-te", na essência isso quer sempre dizer "quero dar-te o máximo prazer e quero que me dês o máximo prazer"

sinuosa disse...

Bartolomeu, se fosses mais realista terias escrito:"quero comer-te" e "queria dar-te o máximo prazer e queria que me desses o máximo prazer"

sinuosa disse...

Trolha, comer não digo, mas debicar... debica-se :)

Anónimo disse...

pois pois sinuosa
de bica - se, se...
ha sempre um enorme se a condicionar a tomada de decisão
ou seja... parece que toda a decisão depende de um se...