Na sociedade capitalista, onde tudo se compra e tudo se vende, a virgindade é um bem precioso.
Tem 26 anos, é virgem e fundou o Clube das Virgens. E tornou-se, de imediato, uma vedeta mediática.
Passa horas na internet e tem 1423 amigos no Hi5. E sexo? Tens-te orientado? Quando ela diz que é virgem e que não quer orientar-se, eles insistem: «quando queres resolver o problema?»
Ser virgem no século XXI é um problema?
No mundo extremamente competitivo das relações sociais (e dos afectos) ser virgem não é um problema é uma mais-valia. E ela descobriu que pode encontrar o Príncipe Encantado alardeando por aí a sua virgindade.
Mas uma pergunta se impõe: o que é a virgindade? Elas continuam virgens depois de esporradas nas mamas, no meio das coxas, na cara, na boca ou mesmo no rabinho?
Tecnicamente, sim. Enquanto não for rasgada a película dérmica à entrada da vagina, enquanto não for rompido o hímen (por mais complacente que este seja), uma mulher permanece clínica e tecnicamente virgem.
A virgindade, que garantia ao homem primitivo que o filho gerado era seu e que não andava a caçar para alimentar um filho de outro, tornou-se um fetiche estranho ao ponto de se pagarem (ou de pedirem) somas colossais para se ter o exclusivo, ou melhor, para ser o primeiro a penetrar vaginalmente uma mulher.
Não tenhamos dúvidas: na sociedade capitalista, onde tudo se compra e tudo se vende, a virgindade é um bem precioso.
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... E os dedos, ávidos de desejos, / a delinear as curvas, / os gestos, no teclado, / noite adentro./ Vadios de nós... / Nos lençóis virtuais... / Amar o não visto. / Dos gemidos dados, / ouvidos ao longe ,/ oceanos adentro./ E nós, desse jeito... / sem jeito algum ./ Procurando um jeito de, / ao conquistar, / conquistar-se. (Autoria de Ivaldo Gomes )
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29 abril 2009
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