22 maio 2007

Conversa de mulheres


(Qual quer semelhança com a realidade é pura coincidência)

- Eu gosto de ficar com tudo para mim… sei lá, dá-me tesão.
- Olha, eu só ainda não fiz porque não calhou e acho que ele não é muito dessas coisas.
- Mas porquê, nunca te falou nisso… ou é daqueles que faz uma covinha com as mãos?
- Quê? De que é que estás a falar Ana?
- Não sabes… quando eles se vêm, agarram naquilo com as duas mãos, assim, e fazem uma concha para não saltar o esguicho.
- Só tu para reparares nessas coisas.
- Então não é… e põem assim as mãos, quando se estão a vir, e o mais engraçado, é que ficam a olhar para nós com cara de parvos, como que a dizer: arranja-me um lenço ou um pano qualquer.
- Oh gaja, tu és um prato, só te digo.
- A sério, hão-de reparar. E depois ficam todos atrapalhados e com cara de nojo da própria langonha, acreditas nisto?
- Mas tens razão, tens razão! Uma vez o João, quando se veio também pediu-me um lenço e eu disse que não tinha. Havias de ver como ele ficou … não-sei-quê, nunca vi uma mulher sem um pacote de lenços na mala … e agora o que é que eu faço.
- Estás a ver… se tivesses engolido, já nada disso acontecia, não é?
- E ele também estava a fazer aquela cena das mãos … como é que tu disseste, Ana? A … como é que foi?
- A covinha!
- Isso…
- Ou a concha, também serve.
- Por acaso não, fui eu que fiz! Mas ele entra logo em stress … quer eu tenha lenços ou não. E vê se sujou as calças e se manchou os estofos do carro, e…
- Pois, mas está-se a cagar se te sujou a roupa ou se te acertou com algum jacto!
- Ai, não posso… calem-se as duas!
- Mas é mesmo isso! O cabrão só pensa nele, está-se bem a cagar se me sujou, desde que não tenha sujado as calcinhas ou a merda do carro.
- Comigo os gajos estão descansados, não sobra nada… nem uma pinga!
- Bem, tu és o sonho de qualquer homem.
- Faço porque gosto. Adoro sentir o pénis a pulsar na minha boca e fica cá tudinho… é tudo meu!
- Aposto que ias perguntar o mesmo que eu… Nunca te engasgáste?
- Já, mas foi só no princípio. Agora quem se engasgam, são eles!
- Bem, essa boca deve ser uma autêntica centrifugadora.
- Yah… tudo o que entre já não sai.
- Parvas! Dizem isso porque nunca experimentaram. Quero ver… nunca mais querem outra coisa!
- Eu sei que mais tarde ou mais cedo, vou experimentar… mas ao mesmo tempo, não estou a ver o João a deixar. Não sei, ele às vezes é muito estranho.
- Isso dizes tu amiga… vais ver: quando ele estiver para se vir, agarras-lhe naquilo com unhas e dentes … que ele nem consegue mugir, nem tugir.
- Era bem feita… trincava-lhe aquilo, que ele ia ver!
- Sabem que o Marco, uma vez, tentou vir-se para a minha cara…
- Espera, temos novidades desta sonsa!
- Eu bem me parecia.
- Vá lá, não sejam assim… senão não conto.
- Conta, conta… estás desertinha, olha ela!
- Estava eu a dizer…
- Não amiga… estavas a fazer.
- Oh!
- Diz lá assim: estava a fazer um broche ao Marco. Vá, diz! Não custa nada, diz lá…
- Olhem, assim não conto!
- Está bem, conta lá… que coisa!
- Estava a fazer um… broche, está bem assim… ao Marco. Perceberam agora?
- Boa!
- Vá, continua.
- E ele, por acaso, também se costuma vir para um pano ou uma toalha… um trapo qualquer que esteja ali à mão.
- Olha outro!
- Xiu, deixa-a contar...
- E então, ele disse que se ia vir… mas em vez de pegar no pano, apontou aquilo para mim.
- Ah ah, foste baptizada, estou mesmo a ver…
- Não, mas olha que foi por pouco. Só vi assim uma coisa branca a passar-me diante dos olhos… -
Oh pá, lamento minha querida… mas o Marco tem mesmo má pontaria!
- Espera… foi ele que não te acertou, ou foste tu que te desviaste? Não me digas que te desviaste?
- Não, eu nem tive tempo de me mexer… só vi aquilo a razar-me a cabeça, e pimba… em cima do sofá da sala.
- Oh tadinha da nossa amiga… então não é que o Marquinho precisa de afinar a pontaria?! Coitadinho… nem um gotinha te acertou… oh que chatice!
- Mas porque é que eu vos contei? São mesmo parvas… parem!
- Olha, se calhar era melhor ele usar óculos… pode ser falta de vista.
- Ah ah ah …….
.

(Elas falam, falam de massagens nos pés, de "pilas", de como comê-los - as actrizes ficaram estarrecidas quando receberam o argumento: como era possível um homem, o realizador/argumentista, ter descoberto que as mulheres falavam assim entre elas? )


À Prova de Morte (Death Proof) de Quentin Tarantino

17 maio 2007

Amizades cinzentas

- ela é apaixonada por ele

- ele já a comeu?

- não, não a comeu, pelo menos ele diz que não

- então não são grandes amigos

- para se ser amigo de verdade tem de se provar primeiro

- mas ele gosta dela

- quer dizer

- assim um gostar como se gosta de uma pessoa que se admira

- o gajo é um lírico

- gosta mas não come

- passa fome

- só gosta de gostar

- foda-se!

Fantasias Eróticas – Segredos das Mulheres Portuguesas


Com coragem e sem vergonha, as Mulheres portuguesas despem-se de preconceitos e revelam aqui as suas fantasias sexuais. Contam as mil e uma noites da sua adolescência e idade adulta, recordam sonhos e fantasias, receios e valentias, desaires e ilusões, embaraços e convicções. Sempre na primeira pessoa, sem receios de críticas e julgamentos. Para estas Mulheres, o sexo é público ou privado, com um parceiro de longa data ou um simples desconhecido, a três ou por troca de parceiros, ao ar livre, na igreja, lésbico, dominante ou dominador, exibicionista ou voyeur.’~

O livro , Fantasias Eróticas – Segredos das Mulheres Portuguesas, de Isabel Freire, já está nas livrarias, e irá ser lançado dia 15, em local e hora a anunciar. É publicado pela editora Esfera dos Livros, tem 348 páginas, e o preço é 19€. A autora recolheu os testemunhos de várias (muitas – 190!) Mulheres portuguesas, sobre a sua sexualidade, prestados sem inibições, nem complexos. A Isabel partilhou momentos da criação do livro no seu blog, o excelente Sexualidade Feminina, cuja leitura não posso deixar de aconselhar.

Por lá podem encontrar um texto meu , que a Isabel teve a gentileza de publicar, mesmo sabendo que a qualidade geral do blog iria ser reduzida pelas minhas diatribes metafóricas :). À Isabel desejo muito sucesso com o livro, que, só pelo número de testemunhos, já é uma obra inovadora em Portugal, e que concerteza valerá a pena ler!

06 maio 2007

Desafio Indecente

quanto pagas para me foderes?
olha, esse é um bom desafio
como não fazes o meu género só pagando para me teres e eu até fecho os olhos …
ahhahahahahahah

pede o q quiseres
— estou a brincar. Eu não me vendo
acreditas que isso até me da tesão?
dá-te tesão pagares?

e se eu te pedisse uma quantia exorbitante? Vais até quanto?
só vou até certo montante. Não sou louco.
qual o máximo que te posso pedir?
pede
diz tu!
assim não vale. Pede tu
mas qual o teu montante máximo?
não digo. Pede quanto achas q vales
não há preço que me pague… ehehehhehehehhh
por 50 Euros já se dá uma boa foda
foda-se!!!. Só? Mas eu não sou puta.
mas, diz-me , quanto achas que vales?
olha, para me submeter a ti não há preço que pague. Mas no mínimo quero 1000 Euros.
Serviço completo. E mesmo assim é barato. Fiz-te um preço por baixo e com desconto.
aceito. Até 1000 Euros posso pagar
só tu para me fazeres rir… ahahahahahahahahhahahah
foi este o preço q ofereci já a outra. Vai ao meu blog ver o post « Proposta Indecente»
comeste-a? Ela aceitou?
isso não te vou dizer. Ela é casada
porra! Claro que não a comeste
é um segredo entre nós os dois
ok. Segredo é segredo. E quais as tuas condições para esse preço?
trolha pensando...
lol. Tu és fodida
sou e muito
agora deixaste-me confuso
não sei porquê
não sei como responder
para pagares esse montante deverás ter as tuas condições que eu serei obrigada a cumprir
obviamente
acho que por esse preço deves aceitar que eu realize contigo algumas fantasias minhas
se me disseres quais
vendar-te e amarrar-te
mais? Só isso?
só isso
local?
escolhe tu. Na minha ou na tua casa.
território neutro.
ok
apenas vagina e oral?
sem problema
e não queres que te faça nada a ti?
não te preocupes com isso. Depois de te amarrar ficas à minha mercê. Posso fazer tudo o que me vier à cabeça. Farás tudo o q eu quiser
tenho de saber as regras para as ponderar. Durante quanto tempo?
3 horas no máximo. Sem violência física e sem dor
és inócuo !!!.lolololol
apenas violência psicológica. A humilhação é permitida
lol … essa parte já me é familiar. Ok. Mas nada de chicotes ou molas nos mamilos. Aliás, eu
tenho que te revistar todo
primeiro
ok. Sem problema
sim Senhor Mestre trolha. Vou jantar e dormir sobre o assunto. Como quem quer gostos
paga-os , tu vais ter de pagar se me quiseres
. Eu depois confirmo. Bjs

01 maio 2007

Das Amizades Virtuais às Paixões Reais

@_MOR AO PRIMEIRO CLIK

São cada mais os que passam do namoro na Internet para uma vida a dois. Conheceram-se a navegar e nunca mais deixaram de teclar. Mesmo que tenham que atravessar o Atlântico. As relações que nascem no ciberespaço crescem num ápice e amadurecem com intensidade. Mas, na essência estarão assim tão longe das outras?”

(…)

É esse o percurso natural dos casais da net. Conhecem-se num chat, e aí se apresentam através de um perfil, ou num blogue. Trocam mensagens nesses sites, mas assim que a faísca acontece, passam para uma zona mais privada. Primeiro o e-mail, depois um serviço de instant messaging, quando a cadência das mensagens assim o exige. Só mais tarde o encontro em presença.
O jornalista Paulo Querido, 46 anos, autor do livro Amizades Virtuais, Paixões Reais, a Sedução pela Escrita (Centro Atlântico) considera que os sites de encontros são todos iguais. “A diferença acaba por residir na nomenclatura, na forma como se apresentam e no facto de estarem mais ou menos na moda, melhor ou pior frequentados, como num circuito de bares.”

(…)

No livro Nos Rastos da Solidão (Âmbar), o sociólogo José Machado Pais observa que “as trivialidades da comunicação que fazem parte da vida quotidiana se reproduzem no ciberespaço. É certo que, na vida real, as emoções são expressas através de comportamentos audíveis ou visíveis, como o tom de voz ou as expressões faciais. Todavia, a comunicação mediada por computador tem os seus equivalentes funcionais.

(…)

Outra das especificidades deste tipo de relacionamento é a inversão dos acontecimentos. Antes de se estar com o outro, já se sabe tudo sobre ele. Porém…”o lado sensorial é insuperável do ponto de vista das relações”. Habituem-se. O sociólogo Zygmunt Bauman escreve na sua obra Amor Líquido (Relógio d’Água), que “as relações virtuais estabelecem o padrão que orienta todos os outros relacionamentos.” Admite, assim, que as conexões nascidas na rede servem de modelo para os namoros reais da era pós-moderna.
A primeira coisa a brilhar na net é o intelecto”, corrobora Paulo Querido. Antes, há a escolha de um “nome de guerra”, que pode ajudar muito no começo de uma relação. “Constitui o primeiro filtro de escolha do parceiro(a), a forma mais imediata de apreensão do outro. Um sugestivo nickname pode ser tão atractivo quanto uma aromática água-de-colónia, uma madeixa de cabelos coloridos, um sorriso insunuante”, lê-se em Nos Rastos da Solidão.

(…)

A investigadora norte-americana Sara Kiesler, da Carnegie Mellon University, sugere que a comunicação mediada pelo computador é desinibidora, levando as pessoas a dizerem tudo o que lhes apetece. Como o nome que usam é diferente do real, as suas declarações anónimas não obedecem às normas sociais estabelecidas. E as expressões corporais que contradizem alguns comportamentos, estão ausentes destas conversas.

(…)

No amor virtual (como em todos os outros) a sorte ou o azar não escolhe idades, mas o fosso geracional ainda se mantém na rede. E os mais novos levam vantagem: as crianças já nasceram na era da massificação da Internet, os jovens aprenderam a sinalética própria do meio na adolescência; os maiores de 30 ou se adaptam agora a esta nova realidade ou ficam à porta da aldeia global.

(…)

A psicóloga brasileira Ana Marta Nicolaci-da-Costa investigou os relacionamentos virtuais no boom dos chats. Concluiu que eles podem ser tão fortes e duradouros como os iniciados no mundo offline. Podem gerar ou desfazer uniões “reais”. "Os casais da rede não vieram substituir os outros. Vieram complementá-los.”
.
Por, Luísa Oliveira, in Visão Nº 737 de 19 de Abril de 2007