-
És nova aqui, não és? - indagou ele.
-
Não, não, não sou ...-
Ó filha, passo, por aqui, muitas vezes. Uma mulher vistosa e produzida como tu não ia passar despercebida às vistinhas cá do «Je» - interrompeu ele.
Notei o seu esforço para ser galanteador comigo usando uma linguagem afectada. E percebi que me confundira com uma prostituta de berma de estrada. Assim como assim, pensei, talvez fosse essa a melhor estratégia de defesa. Aliás, podia estar a viver ali a experiência de uma vida: fazer de prostituta. Porque não?
Olhei para ele de soslaio. Quarentão, cabelo curto e corpo entroncado a revelar muito ginásio. Não era bonito, mas, curiosamente, tinha um rosto másculo com traços bem definidos. Vestia roupa de marca.
Sem perceber a razão, senti a adrenalina a correr nas veias: a sensação de calor a espalhar-se no corpo com o coração a bater descompassadamente e a dilatação dos lábios vaginais não consentia dúvidas.
- Quanto levas para me fazeres um bóbó? - disparou ele.
-
Um bóbó ?!!! (o que será um bóbó, perscrutei eu no mais íntimo da minha mente
) - Sorri nervosamente, mas sem conseguir disfarçar a atrapalhação.
- Olha-me esta, não sabe o que é um bóbó? Donde vens tu, filha? Estás a armar em parva ou quê ?- vociferou contrariado.
- Um bóbó é uma mamada, um broche, chupar o pirilau, já percebes agora, sua puta de merda? - praguejou ele com desprezo.
-
São 50 Euros – respondi, secamente, aparentando a maior calma do mundo. E a desejar que o tesão dele esmorecesse.
- 5o Euros por um bóbó, porra! Que é essa merda?- insurgiu-se.
- É pegar ou largar! - esclareci, pronta e decidida, com a frieza de uma profissional.
-
Quem o vai pegar és tu e já! E virou-se para trás para retirar 50 Euros da carteira.
O diálogo empolgou-me. Estava a ferver por dentro mas, paradoxalmente, alagada no meio das pernas. Aceitei o dinheiro com a maior das naturalidades como se aceitar dinheiro por sexo fosse para mim um gesto banal. Olhou-me fixamente a tentar ser simpático.
-
Ok. Por esse preço tenho o direito a ver-te as maminhas, minha putinha de luxo - gracejou ele com um sorriso rasgado.
(
Será que as putas mostram as mamas? - questionei-me). Puxei ligeiramente o vestido para baixo e soltei o soutien.
Desapertou o cinto e abriu o fecho das calças. E retirou-a para fora. Não era muito comprida mas era seguramente a mais grossa que alguma vez tinha visto.
Debrucei-me para o chupar fazendo o meu melhor por parecer uma verdadeira profissional. Com uma mão no volante e a outra mão na minha cabeça pressionava-a de encontro ao seu pénis. Como eu detestava aquilo! Com jeitinho lá retirei a mão dele da minha cabeça. Apalpou-me e levantou o vestido para olhar as minhas pernas. E apercebeu-se que estava sem cuecas.
- Sem cuecas, sua grande galdéria! Vocês não perdem tempo. Claro, só atrapalham! - riu-se ele com uma sonora gargalhada.
Pelos 50 Euros tinha de esforçar-me. E como eu me esforcei para conseguir que ele se esporrasse todo. No fim, agradeceu-me, aliviado, dizendo que os 50 Euros tinham sido merecidos. Perguntou-me onde queria que a deixasse.
-
Na bomba de gasolina à entrada de Quiaios.