Empregado de mesa de uma confeitaria de luxo, frequentada pela média e alta burguesia cá do sítio. É conhecida como a confeitaria do «jet set».
- Foi remédio santo - confidenciou-me ele. Antes, resmungava por tudo e por nada: ora estava quente, ora estava fria. Ou muito escura ou muito clara. Nunca a meia de leite estava a seu gosto. Agora, vem sempre acompanhada pelo marido e é só sorrisinhos. Nunca reclama por nada.
- Mas então o que foi que aconteceu para tão radical mudança? - indaguei eu
- No fim de semana passado, vi-a a sair do motel Flamingo muito bem acompanhada. Ela não me viu mas eu vi-a. E tive a lata suficiente para lhe perguntar se tinha gostado do Flamingo. Ela ficou branca como a cal e com o indicador em riste nos lábios mandou-me estar calado e fazer de conta que não tinha visto nada.
- O Flamingo não é aquele motel ali para os lados de Perafita? - perguntei eu
- Esse mesmo. Aquilo é o Ferrari dos motéis. Mete a Tropicana e o Havana num bolso. É outro ambiente. Luxo e requinte para quem pode pagar.
- Mas, ó Filipe, desculpe lá, você tem dinheiro para levar gajas para o Flamingo? - provoquei-o eu.
- Acha que com o ordenado de empregado de mesa dá para levar gajas a motéis? São elas a pagar, claro. Convidam-me e eu vou. Conheço todos os motéis aqui das redondezas. Agora, uma cliente falou-me num motel à saída da Póvoa. Dizem que é muito bom. Um dia prometeu levar-me lá.
- Quando for ao Tropicana, recomendo-lhe as tostas mistas - disse-lhe a sorrir.
- Depois de umas horas sempre a «bombar», uma tosta mista e uma Super Bock gelada sabe melhor que o melhor manjar - conclui eu.
Ele deu uma gargalhada sonora, fazendo com que alguns clientes da confeitaria virassem a cabeça em nossa direcção. Também ele conhecia já as tostas mistas suculentas do Tropicana.
- Mas voltando ao assunto inicial. Você, agora, tem a gaja na mão se quiser - atirei.
- Eu sei, João. E a gaja é cá um pito, faz favor. Um dia que ela venha sozinha, raios me partam, ganho coragem e pergunto-lhe se não tem saudades de fazer uma visita ao Flamingo. Nem que tenha de ser eu a pagar o motel.
Moral da história: os motéis são discretos e estão situados em locais discretos. Não se vê ninguém à entrada ou à saída. Mas nunca se sabe se o seu vizinho da frente ou a sua vizinha do rés-do-chão não estão dentro do carro que segue atrás de si ou à sua frente, sobretudo nos fins de semana onde se verifica grande aglomeração de clientes. Os carros chegam a fazer bicha para entrar e para sair do motel.
6 comentários:
só fui uma vez a um motel, nas redondezas da capital do sul, a descrição é relativa, embora tenham garagem para os carros, não há corredores para os clientes cruzarem, a rua, é sempre a rua, e À saída nunca se sabe quando, se pode cruzar uma visita a um advogado por violação dos "sagrados" deveres conjugais.
aposto, que provavelmente, muitas das vezes, marido e mulher frequentam os mesmos sítios, por sorte ou azar, em horários diferentes.
pessoalmente, prefiro dizer, ai que bem que se vive no campo :-)
Boas férias
Meu caro Imperador,
Os motéis proliferam. Motéis de luxo e motéis a preços módicos. Deve ser um negócio muito rentável. Com uma rotatividade enorme, a rentabilidade deve ser bem superior à da hotelaria tradicional.
Um grande abraço
Caro Imperador,
NO campo é em qualqer canto. Menos cómodo mas mais ao natural
LOL
meu caro, os Moteis, ao que parece vão acabar.
mudam-lhe o nome, mas irá ficar certamente o conceito :-)
bom fim-de-semana
O que é preciso é foder gajas, boas e menos boas. E mandar pró caralho a gajada paneleira que gosta é de comer na peida.
Em motel, no carro, na linha do comboio, no banco do jardim, em cima da secretária, qualquer lugar é óptimo. Porque foder mulheres faz parte da essência que se acomoda nos testículos!
Caro Anónimo,
Ora nem mais. E, aqui, o trolha sou eu? Levem-me para a ilha.
Grande abraço
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