01 julho 2008

Fui prostituta de berma da estrada (2)

- És nova aqui, não és? - indagou ele.
- Não, não, não sou ...
- Ó filha, passo, por aqui, muitas vezes. Uma mulher vistosa e produzida como tu não ia passar despercebida às vistinhas cá do «Je» - interrompeu ele.

Notei o seu esforço para ser galanteador comigo usando uma linguagem afectada. E percebi que me confundira com uma prostituta de berma de estrada. Assim como assim, pensei, talvez fosse essa a melhor estratégia de defesa. Aliás, podia estar a viver ali a experiência de uma vida: fazer de prostituta. Porque não?

Olhei para ele de soslaio. Quarentão, cabelo curto e corpo entroncado a revelar muito ginásio. Não era bonito, mas, curiosamente, tinha um rosto másculo com traços bem definidos. Vestia roupa de marca.

Sem perceber a razão, senti a adrenalina a correr nas veias: a sensação de calor a espalhar-se no corpo com o coração a bater descompassadamente e a dilatação dos lábios vaginais não consentia dúvidas.

- Quanto levas para me fazeres um bóbó? - disparou ele.
- Um bóbó ?!!! (o que será um bóbó, perscrutei eu no mais íntimo da minha mente) - Sorri nervosamente, mas sem conseguir disfarçar a atrapalhação.
- Olha-me esta, não sabe o que é um bóbó? Donde vens tu, filha? Estás a armar em parva ou quê ?- vociferou contrariado.
- Um bóbó é uma mamada, um broche, chupar o pirilau, já percebes agora, sua puta de merda? - praguejou ele com desprezo.
- São 50 Euros – respondi, secamente, aparentando a maior calma do mundo. E a desejar que o tesão dele esmorecesse.
- 5o Euros por um bóbó, porra! Que é essa merda?- insurgiu-se.
- É pegar ou largar! - esclareci, pronta e decidida, com a frieza de uma profissional.
- Quem o vai pegar és tu e já! E virou-se para trás para retirar 50 Euros da carteira.

O diálogo empolgou-me. Estava a ferver por dentro mas, paradoxalmente, alagada no meio das pernas. Aceitei o dinheiro com a maior das naturalidades como se aceitar dinheiro por sexo fosse para mim um gesto banal. Olhou-me fixamente a tentar ser simpático.

- Ok. Por esse preço tenho o direito a ver-te as maminhas, minha putinha de luxo - gracejou ele com um sorriso rasgado.

(Será que as putas mostram as mamas? - questionei-me). Puxei ligeiramente o vestido para baixo e soltei o soutien.

Desapertou o cinto e abriu o fecho das calças. E retirou-a para fora. Não era muito comprida mas era seguramente a mais grossa que alguma vez tinha visto.

Debrucei-me para o chupar fazendo o meu melhor por parecer uma verdadeira profissional. Com uma mão no volante e a outra mão na minha cabeça pressionava-a de encontro ao seu pénis. Como eu detestava aquilo! Com jeitinho lá retirei a mão dele da minha cabeça. Apalpou-me e levantou o vestido para olhar as minhas pernas. E apercebeu-se que estava sem cuecas.

- Sem cuecas, sua grande galdéria! Vocês não perdem tempo. Claro, só atrapalham! - riu-se ele com uma sonora gargalhada.

Pelos 50 Euros tinha de esforçar-me. E como eu me esforcei para conseguir que ele se esporrasse todo. No fim, agradeceu-me, aliviado, dizendo que os 50 Euros tinham sido merecidos. Perguntou-me onde queria que a deixasse.

- Na bomba de gasolina à entrada de Quiaios.

12 comentários:

I.D.Pena disse...

Lol trolha.
Que boleia mais espalhafatosa :P

Trolha disse...

naturezas
Diz-me: gostaste do desfecho? Continuas ansiosa ou aliviada?
Bjs a pensar que ficaste aliviada

I.D.Pena disse...

Já não estou ansiosa, mas também não estou aliviada , digamos que extasiada com a previsibilidade humorística do desfecho :D

Olinda disse...

Aquilo teve efeito - quando agitado - espumante ? Porque (se sim), a mancha do vestidinho de seda agravou. Agora só com neoblanc gentil. :-)

QuartoCrescente disse...

Porque é que nas tuas realidades ou fantasias as mulheres têm de estar sempre sem cuecas?

Isso deve ser algo patológico...

Trolha disse...

naturezas
... extasiada com a previsibilidade?
Isso é aquilo a que se costuma chamar: «contraditio in terminis».
Bjs nada previsíveis

Trolha disse...

sinhã,a,
Tu sabes tantas coisas, meu Amor!
Deves ser uma Mulher tão prendada...
Por isso, me faz espécie ... por que razão ele não te dá troco ... mesmo contigo ajoelhada aos seus pés.
Das duas uma: ou ele é cego ou ele é parvo ou ele é gay.
Qual dos dois é?
Bjs confusos

Trolha disse...

quartocrescente
quiçá.
Bjs de empata sem qualquer lógica

Olinda disse...

A mim faz-me confusão de quem tu falas, afinal?:-)
Sim, sou prendada. Muito. :-)

Trolha disse...

Sinhã,a
De quem eu falo
Nem às paredes confesso.
E não aposto
Que não gostes de ninguém.
Podes rogar ...
Podes chorar ...

Bjs castiços

Olinda disse...

Estiveste bem, trolhinha. :-)

I.D.Pena disse...

É, às vezes, gosto do previsível porque é seguro e talvez seja exactamente como delineava.Fez-me rir e por isso extasiou-me n basta ?
Ah, e nem sempre a ansiedade antecede ao alívio...