22 julho 2008

Desejo

Poema recebido por email (suponho que é original)

Tu és tudo que eu queria
penso nisto noite e dia
nas loucuras que faria
se a mim quisesses ter.

Me levavas ao delírio
doce e fresca como lírio
desta noite de martírio
para um novo amanhecer.

Saberias me dizer
quantas noites de prazer
te daria se as quisesses?

Conta do Céu as estrelas
tantas serão e mais belas
as noites que tu mereces.

.

27 comentários:

Anónimo disse...

Ai ai, que soneto tão mal escrevinhado! :) A inversão do sujeito e do complemento directo / indirecto para as rimas... rimarem, por ex, é bonito de se ler! :)

IPF

Trolha disse...

Minha querida IPF,

Não faço a mínima ideia de quem sejas. Mas deixaste aqui uma imagem positiva: mulher gramaticalmente sensível à construção fraseológica.
Minha querida, aquilo que me encantou no poema não foi, está bom de ver, a sua ortodoxia gramatical. Mas a ternura que trespassa diametralmente da leitura do mesmo. Lê com atenção a 2.ª quadra.
Um beijo e volta sempre.

Olinda disse...

Está a chamar-te post anterior, Joãozinho. :-)

Anónimo disse...

Adorei o blog sô trolha.!!
Trici

Anónimo disse...

Deves ser espectacular...

Parabéns pelo teu blog.

Marta

Trolha disse...

Ai, Marta, Marta,
Porque te afadigas tanto?
Beijo a desejar-te um «dolce far niente».
Obrigada por me estimulares. Volta sempre.

Camareira disse...

Que delicia de poema. Que tentador.
Deixaste-te senhor Trolha?

Beijos Ardentes

Isabela Figueiredo disse...

Não sei, acho que a rima é um bocado pobre, mas para o efeito a que pretende chegar, deve ser suficiente.

Trolha disse...

Isabela,
E no teu modesto pensar qual é, diz-me tu, o efeito a que se pretende chegar?
Beijo a pensar no efeito a que se pretende chegar

Trolha disse...

camareira,
Que delícia!
Deixas?
Um beijo a pensar que sim

Anónimo disse...

Pode não ser um poema elaborado... Mas a intenção que subjaz não deixa de transmitir um imenso calor por mostrar tanto desejo e ânsia de toque! Só pode deixar a pessoa que o recebe lisonjeado por ser "objecto" de paixão! : )

É a primeira vez que comento, mas não é a primeira vez que passo por aqui, gostando sempre da recepção calorosa! ; )

Ana

Anónimo disse...

Querido Trolha:
não quererias dizer antes "sintaxe"? :) Nunca ouvi falar de construção fraseológica!

Mas se queres ternura (e muita tesão) impressa em papel, tenho uma recomendação a fazer-te: Jorge de Sena.

E com esta recomendação não pretendo, aliás, desmerecer a tão defendida "ternura que trespassa diametralmente da leitura" do soneto.

Ai, Trolha, que és tão susceptível... ou será que a autora do poema te é querida e a pequena crítica magoou-te?

QUANTO DE TI, AMOR
Quanto de ti, amor, me possuiu no abraço
em que de penetrar-te me senti perdido
no ter-te para sempre -
Quanto de ter-te me possui em tudo
o que eu deseje ou veja não pensando em ti
no abraço a que me entrego -
Quanto de entrega é como um rosto aberto,
sem olhos e sem boca, só expressão dorida
de quem é como a morte -
Quanto de morte recebi de ti,
na pura perda de possuir-te em vão
de amor que nos traiu -
Quanta traição existe em possuir-se a gente
sem conhecer que o corpo não conhece
mais que o sentir-se noutro -
Quanto sentir-te e me sentires não foi
senão o encontro eterno que nenhuma imagem
jamais separará -
Quanto de separados viveremos noutros
esse momento que nos mata para
quem não nos seja e só -
Quanto de solidão é este estar-se em tudo
como na auséncia indestrutível que
nos faz ser um no outro -
Quanto de ser-se ou se não ser o outro
é para sempre a única certeza
que nos confina em vida -
Quanto de vida consumimos pura
no horror e na miséria de, possuindo, sermos
a terra que outros pisam -
Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti,
recebo gratamente como se recebe
não a morte ou a vida, mas a descoberta
de nada haver onde um de nós não esteja.

Jorge de Sena

Trolha disse...

Querida ipf,
Andei por fora, daí o atraso na resposta.
Mas, nem por isso, vais ficar sem resposta.
A sintaxe contém as regras relativas ao arranjo e disposição das palavras numa frase como bem sabes e melhor disseste.
Agora pensa comigo. Não fica muito mais giro e original dizer: construção fraseológica em vez de sintaxe? E se tantos podem criar neologismos (alguns deles, salvo seja) por que razão não posso criar os meus?
Ademais, existe o vocábulo fraseologia (e fraseológica) muito embora sejam usados em contexto diferente daquele que pretendi.
Mas, pelos vistos, tu entendeste bem o que pretendia dizer.
Beijo a pretender que nos entendamos sempre bem.

Trolha disse...

Ana,
O que importa verdadeiramente é o subjacente ou o sobrejacente. Quer dizer: nem sempre por baixo nem sempre por cima.
Recepção calorosa, sempre que passas por aqui?
Explica-te.
Beijo

Trolha disse...

ipf
Obrigado pelo poema do Jorge de Sena.
Manda-me muitos poemas (musicados ou não).
Já percebi que és uma Mulher (?) culta.
Beijos cultos

Trolha disse...

trici,
Um dia conto, aqui, a anedota do Joaozinho, que andava de triciclo e que queria aprender a namorar como o irmão que já andava num grande carrão.
Um beijo

Trolha disse...

sinhã,a
Não percebi patavina do que escreveste.
Terei eu um deficit cognitivo?
Beijo

Anónimo disse...

Trolha, quem tem um deficit, tem vários (por causa daquela história de quem faz um cesto...). Topas?
sinuosa

Olinda disse...

eu disse que ela disse que és o príncipe encantado dela. dah. :-)

Trolha disse...

sinuosa,
Já te passou o tau?
Um beijo

Trolha disse...

sinhã,a
Há dias em que o nosso discernimento anda pelas ruas da amargura.
Um beijo

Anónimo disse...

João,
Explicando o que quis dizer por "recepção calorosa": este é um blog aberto ao público, logo não me sinto intrusa, mas convidada!
Presunção minha? Espero que não!
Beijo também para si! : )

Ana

Trolha disse...

Tu és minha convidada. Quero que te sintas como em tua casa. Serve-te, à vontade. Não fiques constrangida.
Um beijo

Anónimo disse...

Trolha, deixas umas quantas insinuições que, penso eu, pretendas que sejam respondidas... (?)

Quanto a ser Mulher, fiquei na dúvida se colocas em causa eu ser mulher ou não (o que por isso já é curioso) ou se a palavra escrita com maiúscula seguida de ponto de interrogação resulta de ainda não poderes determinar se sou uma grande mulher! lol

Em todo o caso, Trolha, fica à tua imaginação - e mais importante, ao teu discernimento - descobrir a resposta às dúvidas que tu próprio colocas.

E, com efeito, sintaxe e fraseologia são conceitos linguísticos diferentes. E tu, muito provavelmente, referias-te com toda a exactidão, a construções fraseológicas (que eu nao detecto no poema)enquanto que eu percebi que te referias de uma forma metafórica a "sintaxe".

Beijos fraseológicos e com um quê de metafóricos.

Trolha disse...

ipf
A minha intuição diz-me que és uma grande Mulher ou uma Mulher com M grande. Mas, felizmente, não sou como o outro que nunca se enganava.
Tenho o péssimo hábito de me enganar de quando em vez.
Beijo a confiar em ti

Anónimo disse...

Trolha, nesse aspecto já somos dois. Também me acontece de quando em vez. Mas confiar na nossa intuição é o melhor que podemos fazer. E as excepções servem para confirmar a regra...

Beijos sem regras

Trolha disse...

ipf
Beijos sem regras? Gosto.
E o resto é com regras ou é: vale tudo menos tirar olhos?
Um beijo desregrado a retribuir outro sem regras.