14 fevereiro 2008

Dia de S. Valentim

Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de Amor é que são ridículas (Álvaro de Campos)

João

Quero que me escrevas todos os dias uma carta. Uma carta de engate. Como só tu sabes fazer.

Vê, tenho esta fantasia contigo e quero realizá-la. Quero que me escrevas da maneira como falas. És fluente e interessante a falar. És tesudo a falar. Sabes levar-me onde queres que eu vá, ficar perto de ti, amar o meu corpo para ti e contigo.

Tens tudo, nada te falta, não precisas de ir desencantar nada para me deixares feliz. Para me dares mais momentos felizes.

Da maneira que falas, escreves. Tão simples como isto.

És tesudo a falar, nos teus desejos, nos meus desejos, a olhares-me terno e guloso, a tocar a minha pele, a chupar a minha boca, a percorreres-me o sexo com os teus dedos, a foderes-me.

Desafio-te, peço-te, manda-me as tuas palavras. Diz o que quiseres da maneira que quiseres. Diz-me tudo aquilo que pensas que eu não gosto de ouvir por tantas vezes te ter dito que não gostava. Mas agora quero. Estou a precisar de ouvir tudo, mas tudo, de ti. TUDO.

Eu responderei a cada carta que me escreveres. Retirarei prazer de te ler e de te escrever.

Fode-me a alma, fode-me a cabeça, como só tu sabes foder.Fode. Diz que não me amas, fala-me de outras que te amam, fala-me de outras que amas. Faz-me doer.

Quero-te perto de mim, custe-me isso o que custar.

Ter-te perto é TUDO.


(reposição)

19 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem que já escrevi cartas de amor. De ser ridícula por causa disso, já me escapo.
Tu já escreveste, Trolha? Ou só recebeste?
sinuosa

Trolha disse...

sinuosa,também escrevi, em meu tempo, cartas de amor ridículas.

Que saudades eu tenho, quando escrevia, sem dar por isso, cartas de amor ridículas!

Anónimo disse...

carta d amor que me tocou profundamente pela autenticidade e pela frontalidade.
Quem ama dessa forma sofre muito. Sofrer d'amor é bom. Eu gosto.

Anónimo disse...

Eu sei que escreveste cartas de amor sem dares por isso. Estava a fazer-te a pergunta, que mantive, e a pensar que poderias dar essa resposta que é verdadeira. Não sabia era que tinhas saudades.
Beijos. Saudades.
sinuosa

Anónimo disse...

Coita de amor? Prefiro que me doa a cabeça. Com um analgésico qualquer passa.

Isabela Figueiredo disse...

ganda moca. livra.

Anónimo disse...

Gostei da imagem. Muito bonita.
A carta é de amor, mas um tipo de amor que não gosto especialmente. Gosto de um amor que me faça rir, que me ilumine o olhar, que me dê prazer e vice-versa.
Gostei especialmente da passagem "És tesudo a falar...a f...-me". Intenso!

Beijos com intensidade

QuartoCrescente disse...

Quantas formas de amar existem? Quantas maneiras de expressar o Amor existem? Quantas intrepretações do Amor existem? Quantas sensações diferentes provoca o Amor? Já muitos poetas, escritores, musicos dissertaram sobre o Amor... Será que existe um definição única? Quem não gosta de receber cartas de Amor mesmo que o que venha lá escrito não coincida com a nossa forma de o sentir. Nunca me senti ridícula a escrever uma carta dessas, tive foi muita dificuldade em pôr em palavras o que sinto. Por vezes parece que não existem palavras suficientes. Espero toda a minha vida continuar a escrever cartas de amor... é bom sinal... é sinal que ainda consigo amar, consigo viver. O Amor faz sofrer, dá-nos felicidade, faz-nos rir, chorar, sentir saudades... tudo o que possamos imaginar. É essa amalgama de sentires que torna o Amor tão especial.

Beijos com... Amor

Anónimo disse...

Boas :)
Ultimamente n me tem apetecido comentar no teu blog trolha , se calhar já n me dás tusa .
Existe diversas formas e maneiras de se expressar o que se sente n tem necessáriamente que ser por cartas de amor , se n todos os analfabetos são ridiculos, só porque n sabem uma lingua que é a escrita , isso é ridiculo todas as pessoas que podem amar falam a linguagem do amor.
Ao ler esta carta pergunto me porque é que os seres humanos precisam de satisfazer as suas fantasias? Será que n são arrojados o suficiente de maneira a realizar se doutras formas (há tantas )e só encontrem uma maneira de se soltar atravéz da irracionalidade sexual ?
Esta carta reflecte na minha opinião uma mulher desejosa de se entregar mesmo que seja ao acaso.
O Desejo e a demanda são francos e sofrimento consciente é relativo quando se quer salvar a alma do torpor do banal.
Sem mais .

QuartoCrescente disse...

Iris, gosto de ler os teus comentários porque me identifico muito contigo.Claro que existem tantas maneiras de expressar o Amor. Penso no entanto que a forma sexual é a mais intima e para certo tipo de amar. Por isso mesmo não deve ser banalizada e só deve ser usada com quem nos merece tal tipo de cumplicidade e intimidade. Caso contrario a meu ver fica muito aquém dos seus verdadeiros objectivos, Também a meu ver todos os seres humanos têm fantasias e nos mais diversos campos. Alias a vida em si é toda ela uma fantasia. A nossa realidade não é a mesma para outras pessoas. Somos fruto das nossas experiências, da nossa mente, cada ser é um ser único e com intrepretaçoes e sentires muitos proprios. Numa mesma circusntancia duas pessoas reagem sempre de maneira diferente.Beijinhos

P.S porque será que demonstramos os nossos afectos tem de ser sempre uma forma ridícula ou uma lamechice? Errado é não os demonstrar. Acho que se confundem muito os actos de coragem hoje em dia.

Trolha disse...

quartocrescente, gostei de ler-te. És uma mulher muito profunda, analisas as coisas não de forma superficial mas vais ao âmago das questões.
Hummmmm .... ainda me apaixono por ti.

Bjs apaixonados

Trolha disse...

iris, gostei de rever-te aqui. Gosto dos teus comentários pq são comentários de experiências de vida.
O teu conhecimento não resulta de teorias mais ou menos esotéricas, mas é um conhecimento de experiência feito.

PS: fiquei desiludido pelo facto de já não te dar pica. Assim sendo, beijos amigos (como irmãos).

Trolha disse...

Ciranda, coita de amor ou coito de amor?
Desconheço a expressão: coita de amor.
Não será coitada/coutada de amor?

Trolha disse...

anasub obrigado pelo teu testemunho. Espero que seja sincero.



Bjs sinceros

Trolha disse...

sinuosa, de ridículos e loucos temos todos um pouco.
Mas eu reconheço que tenho pouco de ridículo mas em contraprtida sou muiiiiiiiiiito looooouuuuuuuco.

Bjs louco ... para a loucura ser total

QuartoCrescente disse...

Trolha, já estás como um amigo meu que disse que se apaixonou pelo meu neurónio... e eu sempre lhe digo que a culpa é dele porque me puxa pelo neurónio.

Sabes que às vezes acho que esta coisa de ser profunda só me trás complicações?

Gosto tanto quando em certas alturas me sinto tão primitiva...

Beijos ... primitivos!

Trolha disse...

«O Amor faz sofrer, dá-nos felicidade, faz-nos rir, chorar, sentir saudades... tudo o que possamos imaginar. É essa amalgama de sentires que torna o Amor tão especial».
Quartocrescente, isto é lindo e muito verdadeiro.
Estar apaixonado é um privilégio. Raro. Só de alguns.

Beijos pela tua coragem, pela tua frontalidade, por te revelares tão MULHER.

QuartoCrescente disse...

Meu querido Trolha... possivelmente aquilo a que usualmente chamamos de paixão ou amor por vezes passa-nos ao lado pelas grandes expectativas que criamos. Queremos viver grandes emoções, grandes paixões, tudo grande sem mesmo conhecermos o que para nós implica esse "grande", e no fundo tudo existe nas pequenas coisas... mas faz parte do ser humano sempre ambicionar a mais e mais, isso é o estímulo que todos precisamos para andar para a frente. No entanto caímos na desilusão porque nem nós mesmos sabemos o que procuramos, e temos tendência a procurar fora de nós e às vezes bem longe aquilo a que chamamos Felicidade, quando tudo está afinal tão pertinho, dentro de nós. Sabes que se não estiveres receptivo a seres feliz por muito que as pessoas à tua volta tentem isso nunca acontece? Essa é uma experiência que vivi na pele. Pela minha filosofia de vida tudo à nossa volta é uma espelho do nosso interior. Já alguém disse : não é o objectivo que importa mas o caminho até ele. Daí ser tão importante dar valor ao aqui e agora. É em cada momento que se contrói o momento seguinte. Todos nós vivemos diáriamente dois grandes amores: o Amor por nós próprios e pela vida. Só assim conseguimos mantermo-nos vivos. Agora tudo depende da forma como "tratamos" esses Amores, a atenção que lhes damos, a maneira como os vamos construíndo, o respeito que nos merecem, e a intensidade com que os queremos abraçar, alimentar, viver...Como todos os Amores também eles passam fases menos boas, de medos e dúvidas, mas só assim é que eles se podem tornar radiosos e plenos. Aprendemos tanto na adversidade!.O que resiste a tanta coisa má só pode ser fruto de um grande Amor Mas a adversidade não existe para lhe virarmos as costas, mas para enfrentá-la com a certeza que vamos sair vitoriosos e muito melhores para darmos os passos seguintes no nosso trajecto de vida.Por vezes escrevo sobre as minhas adversidades, não como um lamento mas como um diálogo entre mim mesma e a vida. Não raramente sempre aparece alguém a comentar que me ajuda de alguma forma e ver que vale apena amarmo-nos e amar a vida. São essas "coincidências"que me fazem sentir que não estou sozinha no meu trajecto. Que o Universo ou Deus ou o que queiras chamar estã lá para nos orientar na forma de amar a vida e a nós mesmos.

Desta vez não te deixo beijos mas um abraço... algo que para mim é muito bom

Trolha disse...

quartocrescente, fiquei de boca aberta ...sem palavras. Rendido à tua sapiência. A tanta sabedoria. Tu, sim, conheces bem o coração dos homens e das mulheres.

Há uma coisa que disseste que eu gostava de salientar:«Aprendemos tanto na adversidade!».

Acho isto muito verdadeiro. Na adversidade ficamos mais fortes e mais bem preparados para futuros combates.

Um abraço bem apertado.