08 outubro 2006

As metamorfoses do polegar

Kundera

Mais tarde, enquanto fazia amor com essa mãe que defendia o direito do seu filho à sucção, Rubens colocou o seu próprio polegar entre os lábios dela; virando lentamente a cabeça para a direita e para a esquerda, ela pôs-se a lamber-lho. Com os olhos fechados, imaginava-se possuída por dois homens.

Esta breve história assinala uma data importante para Rubens, pois levou-o a descobrir um meio de experimentar as mulheres: punha-lhes o polegar nos lábios e observava a reacção delas. As que o lambiam eram indubitavelmente atraídas pelo amor plural. As que o dedo deixava indiferentes eram irremediavelmente surdas perante as tentações perversas.

4 comentários:

Trolha disse...

Apesar da minha má disposição para postar ou comentar, pois bateram-me no carro hoje de tarde, gosto deste post.
Sinceramente gosto.
Gosto da picardia e da perversidade cheia de ternura do mesmo.

Isabela Figueiredo disse...

Ah, bateram-lhe no carro...

Isabela Figueiredo disse...

Isto saiu-te tão masculino, Sinuosa; é tão pouco teu.

sinuosa disse...

ora isabela, como gosto de conhecer as manhas dos homens, e aqui está uma descrita, achei por bem mostrá-la :)